21 de maio de 2013

Quases


 O silêncio quase absoluto que meus olhos veem é interminável. As pontas seus dedos tocavam levemente a minha pele e o quase frio arrepio era inevitável. Eu puxava um dos cachos do quase emaranhado do seus cabelos e ele se enrolava rebelde, irredutível, como você, de volta o seu lugar; fechado nele mesmo.
 Sua quase doce boca se juntava com a minha quase amarga e o quase flutuar do chão acontecia. O coração quase tinha asas. Seu quase salgado suor grudava nossos corpos em quase êxtase. Quase perto, quase longe.
 Agora o silêncio quase absoluto invade meus olhos e já quase não tenho, de repente não tenho. Uma vida quase inteira, quase de verdade, feita de metades. Então só me resta essa insuportável quase ausência de som. Quase escuto sua voz.

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