27 de março de 2013

Corpo sem alma, casca vazia


Busco a cura para minha alma. Um buraco vazio, cheio de você. Procuro a cura no muro, na guerra, no céu. Minha cura… O que será a cura para mim? A cura para tudo que você me causou. Felicidade que acabou assim: em um piscar de olhos.
 Busco a cura no rock e, admito, me acalma. Até tocar aquele rock dos bons que você me mostrou. Busco a cura na bebida até lembrar que você beberia todas comigo e me faria rir, rir até perder todo o ar. Ar que você ficaria completamente feliz em repor com sua boca na minha. Você me tira o ar.
 Sentir os pés saírem do chão. A última vez que tive esse prazer foi quando minha alma saiu de mim, a última vez em que te disse tchau. O corpo todo vibrou, os olhos nada viam, pois tanta água embaça a visão, senti minha alma se soltar dos meus pés e fugir como um foguete foge para a lua. Corpo sem alma, casca vazia.
 Perder a alma, coisa que achava impossível. Parece que o impossível não existe. Corpo sem alma, casca vazia a vagar pelo mundo. Casca vazia que já esteve preenchida e, hoje, não acredita que um dia se completará novamente. Alma antes azul, ora vibrante, agora inexistente.
 Talvez não exista cura para alma que some, ou, talvez, só exista uma cura. Cura inatingível para mim, cura essa que já tive sem saber que era cura, e, só agora que me faz falta percebo: Você é a cura da minha alma.

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